Memorias postumas de Bras Cubas

"Memórias póstumas de Brás Cubas" marca uma inflexão na obra romanesca de Machado de Assis e também no romance brasileiro: com sarcasmo, humor e irreverência, traça verdadeiro painel da estrutura social e política do Brasil do século XIX. Publicado em livro em 1881, mesmo ano em que se publicou "O mulato" de Aluísio de Azevedo, "Memórias póstumas de Brás Cubas" recebeu muito menos atenção da crítica que se debruçou quase toda na obra de nosso naturalista; mas o tempo cuidaria de retificar a avaliação dos primeiros dias, porque, aos poucos, se percebeu que "Memórias póstumas de Brás Cubas" era um livro mais para ser "ruminado" que lido. Era incomum em nossa literatura um romance que exigisse tanta atenção e paciência do leitor, obrigando-o a avançar uns capítulos e retornar outros tantos para conseguir acompanhar a lógica e o raciocínio do "defunto autor". Hoje, não temos dúvida de que se trata de um dos maiores romances que se escreveu na literatura universal. Mas não é só trata-se de obra chave para compreender o Brasil, pois nele se desnudam nossos vícios sociais e políticos. Para a presente edição, foram tomados todos os cuidados para oferecer ao leitor um texto fiel à última edição revisada pelo autor e foram feitas anotações relativas às citações e fontes de Machado de Assis, de forma a facilitar o trabalho de erudição do leitor.