Forja de metal frio

A voz firme, o rosto sério de Heitor pareceram assustá-la ainda mais. Por um instante ela parou o choro e permaneceu apenas a olhá-lo; olhos marejados e apavorados. Estava assustadíssima! Ele tentou se achegar. Ela parecia paralisada de medo. Ao passo que ele se aproximava mais imóvel ela ficava. Até que ele chegou muito perto. Viu-a fechar os olhos e desfalecer. Tempo suficiente apenas para que ele a segurasse impedindo-lhe a queda. Estava agora dependurada em seus braços. Heitor ficou com ela assim por alguns instantes. Olhando-a de perto sentiu-se comover pelo estado dela. "Um cão sem dono?" "Um cão fugindo do dono?" "O que lhe acontecera para estar em tamanho pavor? Bennevides descobriria cedo ou tarde a identidade daquela estranha. Mas até lá cuidaria para que mal nenhum lhe acontecesse mais. Faria por ela o que não fizera por Marina. Redimir-se ia com a vida através daquela esmerada atitude. Tentaria ser o melhor que pudesse e sim, desta vez não falharia. Forja de metal frio aborda temas como arrependimento, lealdade, fidelidade e recomeços. É um livro que trata de dilemas pessoais, escolhas irreversíveis e, sobretudo, confrontos que nos fazem pensar se seríamos o que somos se fôssemos assaltados por fortes golpes do destino. Somos mesmo mais fortes ou tivemos mais sorte que tantos a quem julgamos? Ou será exatamente esta a questão: que nos tornamos fortes quando realmente precisamos?